Conhecido originalmente como Largo do Conselho, ou Largo Municipal e, posteriormente, como Jardim Municipal, o terreno onde hoje está localizado o Parque Halfeld foi o primeiro logradouro público da então Vila de Santo Antônio do Paraibuna. O local pertencia ao engenheiro Henrique Guilherme Fernando Halfeld, considerado como um dos fundadores de Juiz de Fora, e foi adquirido pela Câmara Municipal, em 1854.

Até 1879, o espaço era descuidado, servindo para a armação de espetáculos circenses, cavalhadas e outras formas de entretenimento itinerante. Em 1880, sob indicação de Marcelino de Assis Tostes, teve início o ajardinamento da praça, com a planta ficando a cargo do arquiteto Miguel Antônio Lallemant. O projeto elaborado seguia o modelo de jardim inglês, com a criação de jardins, passeios, fontes e plantio de árvores.

A segunda intervenção urbanística aconteceu em 1901, quando o Largo Municipal foi completamente remodelado pela empresa Pantaleone Arcuri e Spinelli, com financiamento de Francisco Mariano Halfeld, filho do engenheiro Henrique Halfeld, passando a ser denominado de Praça Coronel Halfeld. Foram realizados o levantamento de canteiros, a abertura e fechamento de ruas, a construção de um pavilhão central, de uma casa para o guarda do jardim, de lagos, pontes e casas rústicas, além da reforma do gradil. Um pavilhão construído em estilo arquitetônico eclético foi, mais tarde, a Biblioteca Municipal.

Novas reformas paisagísticas aconteceram durante as décadas de 1950 e 1960, tendo a última ocorrido em 1981, quando o Parque Halfeld, como é atualmente conhecido, teve diversas árvores derrubadas e sua área de areia foi substituída por novos passeios de pedra portuguesa. Os únicos elementos remanescentes do projeto de 1901 são a ponte, o quiosque com estrutura imitando bambu e o lago.

O Parque Halfeld foi tombado pelo município em 10 de novembro de 1989. Possui significado histórico, paisagístico, urbanístico e ecológico para o núcleo urbano de Juiz de Fora. Sua importância urbanística como um dos poucos espaços públicos da cidade com a presença de um grande número de árvores é fruto de iniciativa que remonta há mais de um século.

Em termos ambientais, o Parque Halfeld tem como o seu entorno paisagístico imediato a Praça Dr. Hermenegildo Villaça e o perfil definido pela encosta do Morro do Imperador. Seu tombamento prevê a preservação do conjunto do Parque Halfeld, situado entre as ruas Halfeld, Santo Antônio, Marechal Deodoro e Avenida Barão do Rio Branco, juntamente com a Praça Dr. Hermenegildo Villaça e a visibilidade do Morro do Imperador, como áreas de sua ambientação.

No seu entorno, encontram-se vários edifícios tombados como patrimônio cultural do município, como o Palácio Barbosa Lima (atual Câmara Municipal), o edifício do Paço Municipal, a Igreja de São Sebastião e a Igreja Metodista Central. No lado oposto da Avenida Barão do Rio Branco, estão situados o Edifício Clube Juiz de Fora (que possui os painéis de azulejos As Quatro Estações e Cavalos, de Cândico Portinari), o Edifício Santa Helena e o Edifício Ciampi.

————————————-

Textos de referência:

DIVISÃO DE PATRIMÔNIO CULTURAL DA PREFEITURA DE JUIZ DE FORA. Guia dos Bens Tombados de Juiz de Fora. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 2002.

FUNALFA – Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage. Memória da Urbe – Bens Tombados. Juiz de Fora: FUNALFA Edições, 2004.

jfpatrimonio.com.br (abre em outra página)

minasgerais.com.br/pt/atracoes/juiz-de-fora/parque-halfeld (abre em outra página)

pt.wikipedia.org/wiki/Parque_Halfeld (abre em outra página)