Museu Mariano Procópio


Museu Mariano Procópio – fachada principal do edifício anexo.


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O comendador Mariano Procópio Ferreira Lage, nascido em 1821 e falecido em 1872, foi o engenheiro responsável pela construção da primeira estrada de rodagem pavimentada do Brasil, a União e Indústria, que ligava Petrópolis a Juiz de Fora e foi inaugurada em 1861 com a presença do imperador D. Pedro II. A estrada foi concebida com a melhor técnica existente na época e passou a permitir o tráfego entre Juiz de Fora e Rio de Janeiro durante todo o ano. Sua construção foi fundamental para o desenvolvimento da cidade, que se transformou em um dos maiores centros de progresso do país.
A Villa Ferreira Lage foi projeta e construída pelo arquiteto alemão Carlos Augusto Gambs para acomodar a família de Mariano Procópio como casa de campo, e com a intenção de abrigar D. Pedro II durante a inauguração da Estrada de Rodagem União e Indústria. Entretanto, a obra não ficou pronta no tempo esperado e Mariano acabou hospedando o imperador em sua residência. Foi somente em sua segunda passagem por Juiz de Fora, no ano de 1869, que o imperador conheceu e ficou hospedado na edificação de tijolos maciços em estilo arquitetônico renascentista, concluída em 1863, instalada no alto de uma colina, ao lado de um parque com jardim e lago. Existe uma polêmica sobre quem projetou o parque e o jardim. Alguns historiadores dizem que foi Auguste Marie Franscisque Glaziou, enquanto outros acham que se parecem mais com o estilo de Francisco Fialho.
A criação do Museu Mariano Procópio (MAPRO) foi resultado da obstinação do colecionador Alfredo Ferreira Lage, filho de Mariano Procópio, que dedicou sua vida à formação de um significativo acervo artístico, histórico e de ciências naturais. Em 1915, foi construído o prédio anexo à Villa Ferreira Lage, primeira edificação feita em Minas Gerais para abrigar um museu. No mesmo ano, o local foi aberto à visitação como museu particular, porém, sua inauguração oficial se deu em 23 de junho de 1921, em comemoração ao centenário de nascimento de Mariano Procópio.
Quando, em 1921, o Conde D`Eu e a princesa Isabel puderam retornar ao Brasil, em virtude do fim do decreto do banimento, estiveram na cidade e visitaram o local, que já podia ser considerado um museu. Foi nessa ocasião que Alfredo Ferreira Lage revelou sua intenção de doar todo o seu acervo para a municipalidade.
O conjunto arquitetônico do MAPRO é formado pela Villa Ferreira Lage, o Prédio Ferreira Lage (construído em anexo) e um grande parque, com terreno arborizado que conta com um lago, bosque e espaço recreativo abertos à visitação pública e gratuita desde 31 de maio de 1934, ano em que Alfredo Ferreira Lage doou o museu e o parque ao município, mantendo-se como diretor da instituição até o seu falecimento, em 1944.
Após um longo período de reformas, iniciado em 2007, a Villa Ferreira Lage foi reaberta à visitação pública em 2023 e conserva suas características originais, interna e externamente. O Museu Mariano Procópio possui o segundo maior acervo do Brasil relativo à época do Império, com aproximadamente 53 mil itens, compostos por mobiliários e objetos da família imperial, obras de arte brasileiras e estrangeiras, um enorme acervo de história natural, documentos e fotografias.
Grande parte da coleção imperial vem do Palácio São Cristóvão, antiga residência de D. Pedro II no Rio de Janeiro. Destacam-se a cadeira do beija-mão de D. João VI, o fardão da coroação de D. Pedro II e a cauda do vestido de sua esposa, Tereza Cristina, além do traje de corte da Princesa Isabel. O museu também abriga importantes obras de arte, como “O Tiradentes esquartejado” de Pedro Américo, e centenas de pinturas e esculturas de artistas nacionais e estrangeiros. A coleção inclui, ainda, cartas de D. Pedro I para a Marquesa de Santos, peças de história natural, armas, indumentárias, joias, moedas, medalhas, cristais, louças, porcelanas, peças sacras e documentos históricos. O mobiliário é um dos mais importantes do país, com peças dos séculos XVI ao XIX.
Em 1939, o acervo do museu foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Em 2005, o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico também foi reconhecido como patrimônio nacional. Os edifícios e o parque foram tombados pelo município em 1983 e o tombamento estadual do Conjunto Arquitetônico, Paisagístico e do Acervo do Museu foi efetuado, em 2005, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA).
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Textos de referência:
DIVISÃO DE PATRIMÔNIO CULTURAL DA PREFEITURA DE JUIZ DE FORA. Guia dos Bens Tombados de Juiz de Fora. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 2002.
FUNALFA – Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage. Memória da Urbe – Bens Tombados. Juiz de Fora: FUNALFA Edições, 2004.
camara.leg.br/radio/programas/260157-especial-rodovias-as-primeiras-estradas-brasileiras-05-49 (abre em outra página)
infoescola.com/historia/museu-mariano-procopio (abre em outra página)
jfpatrimonio.com.br (abre em outra página)
pjf.mg.gov.br/administracao_indireta/mapro (abre em outra página)
Informações úteis:
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O Museu Mariano Procópio está localizado na Rua Mariano Procópio, número 1.100, com entrada, também, pela Rua Dom Pedro II, número 356, bairro Mariano Procópio. O telefone de contato é (32) 3690-2200 e o e-mail
mapro@pjf.mg.gov.br (abre em outra página).
Mais informações sobre o local estão disponíveis no site
pjf.mg.gov.br/administracao_indireta/mapro (abre em outra página). Suas redes sociais são:
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O local possui parque com bosque, alamedas, lago, parques infantis, lanchonete, bebedouros e sanitários. O edifício que abriga o acervo do museu possui salões de exposição e a Villa Ferreira Lage conserva a decoração e mobílias originais.
Com entrada gratuita, o parque do museu pode ser visitado de terça-feira a domingo, das 8h às 17h. As exposições e a Villa ficam abertas ao público de terça a domingo, das 9h às 16h.
O Museu Mariano Procópio promove ações que oferecem visitas adaptadas para pessoas cegas e surdas, dispõe de rampas de acesso ao parque e ao primeiro pavimento do edifício do museu, para pessoas com dificuldade de locomoção.

