Batizado oficialmente como Morro do Redentor, o Morro do Imperador também foi chamado de Morro da Liberdade. Alguns historiadores apontam que o local era rota de fuga para escravizados. Conhecido popularmente como Morro do Cristo, o Morro do Imperador recebeu seu nome em homenagem ao imperador D. Pedro II que, em suas visitas a Juiz de Fora, sempre subia a montanha para vislumbrar a cidade que se formava. Em 1861, o imperador esteve no local por ocasião da inauguração da estrada União e Indústria.

O comerciante e empreendedor Francisco Baptista de Oliveira implantou pela primeira vez, em solo nacional, a ideia de ter uma imagem cristã abençoando a cidade sob seus pés. Ele faleceu prematuramente e não conseguiu ver o projeto concluído.

Iniciada em 1902 e inaugurada em novembro de 1905, durante as comemorações da passagem do século, a construção do Cristo no Morro do Imperador é a primeira do Brasil, com capela, torre de 25 metros e estátua de 3,75 metros importada da Maison Raffe, de Paris. Como comparação, o monumento do Corcovado, no Rio de Janeiro, foi inaugurado em 1931.

O monumento ao Cristo Redentor simboliza a vitória contra uma epidemia que assolou o município. A elaboração do projeto e a execução da obra foram conduzidas pela Companhia Pantaleone Arcuri & Spinelli, uma das construtoras mais importantes da cidade, responsável pela edificação de imóveis que caracterizam a paisagem de Juiz de Fora, como o Cine-Theatro Central e o Paço Municipal.

Em 1947, o primeiro prefeito eleito pelo povo em Juiz de Fora, Dilermando Martins da Costa Cruz Filho, criou o Parque do Redentor com a construção de um mirante no Morro do Cristo, com muros e grades, que permitiam mais segurança aos visitantes.

Já em 1964, a Organização Sérgio Mendes construiu no local a edificação modernista com uma torre helicoidal, única do mundo de acordo com a imprensa da época. A construção foi especialmente planejada para abrigar a primeira Estação de Televisão da cidade e a primeira particular de Minas Gerais, a TV-Rádio Industrial. A edificação demonstrava todo o progresso e espírito modernista do município e capacitou a cidade para ter programação própria ao invés de apenas realizar retransmissões. Outro marco do pioneirismo de Juiz de Fora foi a primeira transmissão de TV no Brasil, que aconteceu no Parque Halfed, com uma câmera construída por Olavo Bastos Freire. Ele transmitiu um jogo de futebol em 28 de setembro de 1948. 

Em 1970, o ex-presidente Itamar Franco, então prefeito de Juiz de Fora, construiu no Morro do Imperador o Mirante Salles de Oliveira, popularmente conhecido como Mirante do Cristo, com um projeto moderno e arrojado do arquiteto Jean Kamil.

De acordo com o historiador Roberto Dilly, o Morro do Imperador foi palco de piqueniques da população que, aos domingos e feriados, reuniam famílias inteiras nesta atividade de lazer. Também foi testemunha de atividades da música, de escolas de samba e de manifestações religiosas.

Em 2014, o local passou por uma reforma que incluiu iluminação, pintura, poda, capina e limpeza. Toda a parte elétrica foi modificada, ampliando a capacidade de iluminação do espaço. A torre de TV, que antes não era iluminada, passou a ter refletores de vapor metálico. Outra mudança ocorreu na capela, que voltou a ter as cores originais: branca, com detalhes em camurça, bege e cinza. Além da capela, também foram pintados os bancos, o mirante, o parquinho e os canteiros.

O Morro do Imperador é um dos pontos mais altos de Juiz de Fora, localizado a 923 metros do nível do mar. O local foi tombado pelo município em 1990 e possui uma conformação geográfica que funciona como barreira natural que orientou a constituição urbana de Juiz de Fora, que tem sua área central localizada na base do morro.

De valor histórico, cultural, paisagístico e ambiental, o Morro do Imperador possui também um grande valor ecológico que provém das encostas revestidas de vegetação heterogênea, com árvores de vários portes e estágios vegetativos diversos, que funcionam como agentes de equilíbrio ambiental.

O local é uma área de lazer e turismo, do qual se tem uma visão abrangente da cidade de Juiz de Fora e regiões circunvizinhas, constituindo um monumento natural integrado de maneira imponente e harmoniosa com a cidade. Seu tombamento abrange o Morro do Redentor, além dos aspectos paisagísticos constituídos pela formação rochosa e a mata.

A Trilha do Tostão (ou Trilha do Cristo), uma das mais conhecidas Juiz de Fora, liga o Morro do Cristo à Rua Constantino Paleta, no centro da cidade. Ela possui 850 metros e é considerada fácil, podendo ser executada em meia hora descendo, ou 40 minutos subindo.

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Textos de referência:

DIVISÃO DE PATRIMÔNIO CULTURAL DA PREFEITURA DE JUIZ DE FORA. Guia dos Bens Tombados de Juiz de Fora. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 2002.

FUNALFA – Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage. Memória da Urbe – Bens Tombados. Juiz de Fora: FUNALFA Edições, 2004.

jfpatrimonio.com.br (abre em outra página)

g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2014/05/historiador-comenta-importancia-do-morro-do-imperador-para-juiz-de-fora.html (abre em outra página)

biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=445383 (abre em outra página)

arquidiocesejuizdefora.org.br/morro-do-cristo-o-pioneirismo-de-juiz-de-fora-em-homenagear-o-redentor-no-brasil (abre em outra página)

https://www.pjf.mg.gov.br/noticias/view.php?modo=link2&idnoticia2=44867 (abre em outra página)